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»  Design Industrial e Diversidade Cultural
 
A diversidade cultural tem se manifestado no design industrial, em aspectos relacionados aos requisitos simbólicos, tais como, por exemplo:

• composição formal
• composição gráfica
cores
texturas
acabamentos
valor de status
outros

As empresas do setor automobilístico, de um modo geral, têm seguido determinadas tendências mundiais de design, em termos de composição formal.

Até meados da década de 1960, a configuração dos veículos era predominantemente arredondada, como no caso do Volkswagen Sedan 1200 (“Fusca”) e do Gordini, cujo design é europeu, muito em razão das limitações tecnológicas da época para a produção de peças metálicas com cantos vivos. A partir deste período, começaram a surgir veículos com cantos mais retos, que predominaram na década de 1970, como ilustram o Volkswagen Brasília, o Gol Geração I e o Ford Corcel, dentre outros. Na década de 1980, a General Motors lançou veículos com formas mais arredondadas, a exemplo do Monza, mas as linhas retas ainda predominaram na maioria dos veículos até o início da década de 1990, quando passaram a incorporar formas mais orgânicas, com influências do Biodesign japonês, expressas, por exemplo, nos automóveis Chevrolet Corsa, Fiat Palio, Volkswagen Gol Geração II, dentre outros. E, ao final dos anos de 1990 e início do século XXI, observam-se influências do movimento New-edge, caracterizado por linhas mais demarcadas, associadas a formas curvas, inauguradas no Brasil com o Ford Ka, lançado em 1997. Esta tendência causou inicialmente estranheza na maioria das pessoas, mas foi gradativamente sendo incorporada a vários produtos, inclusive de outros setores.





A Volkswagen, apesar da composição formal de seus produtos mostrar-se relativamente mais conservadora, comparativamente a empresas, tais como a Ford e a Fiat, dentre outras, tem incorporado certas tendências mundiais. Na década de 1980, por exemplo, adotou uma composição de formas mais retilínea; na década de 1990, assumiu tendências mais orgânicas, com emprego de curvas; e, no início do século XXI, uma configuração com curvas já menos acentuadas, com linhas mais demarcadas (ver Figura 225).

Grande parte das empresas do setor automobilístico que têm buscado manter uma identidade corporativa entre seus produtos, seguindo, por exemplo, determinadas tendências na composição formal da carenagem, grade frontal, faróis, no tipo de maçanetas e trincos, dentre outros elementos, o que acaba limitando, de certo modo, a diferenciação dos produtos para mercados diversos.
1)
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Figura 225 - VOLKSWAGEN GOL DAS GERAÇÕES I, II E III: 1) GERAÇÃO I: GOL 1.3 (BRASIL, 1980); 2) GERAÇÃO II: GOL 1000 E CL (BRASIL, 1995), 1.0 MI 16V (BRASIL, 1999) E 3) GERAÇÃO III: GOL (BRASIL, 2002 E 2003)
O design da Ford, por exemplo, segue uma linha corporativa.
    ...se colocarmos os nossos produtos lado a lado, conseguimos identificar uma linha de raciocínio de design. [...] Pode-se tirar o "Ford" da frente, que se identifica "esse é um Ford, esse é um Ford, esse é um Ford...". [...] o design da Ford procura seguir esse tipo de caminho. Mesmo a gente estando trabalhando com mais liberdade agora, que há uns dois, três anos atrás, quando a gente tinha todos os produtos follow-sourcing, tem que haver essa afinidade, essa conexão de imagem [...]. Tem que haver uma identificação de produtos; tem que se falar "aquele produto é específico do mercado brasileiro, do mercado da América do Sul, mas ele não faria feio na Europa, como um produto Ford". Ele seguiria uma imagem que já é adotada na Europa. E é por isso que existe esse link, esse contato muito forte com os Design Centers da Europa e dos Estados Unidos, que é para não haver essa não-conexão de design. Às vezes, paulatinamente, vai-se introduzindo ou retirando alguns elementos de design, ou reforçando outros, então a gente também tem que fazer esse tipo de coisa. Em uma outra fase, por exemplo, começa-se a usar faróis com canhões. A marca está passando todos os veículos dela para faróis desse tipo, e a gente tem que tentar passar para o mesmo esquema para poder manter conexão de design, de elementos de design. Isso é importante. (RAMOS, 2001).
      Escutar trecho em áudio:
O Novo Fiesta, lançado pela Ford do Brasil no ano de 2003, apresenta poucas diferenças, em relação ao modelo comercializado na Europa (ver Figuras 226 e 227). Os faróis do modelo foram arredondados na face superior interna, e as luzes de direção da parte superior foram deslocadas para os cantos inferiores internos. Além disso, foram modificados a grade e os retrovisores, e o alojamento da placa traseira encontra-se posicionado mais alto e é menos largo, em relação ao modelo da Europa, cujas placas de veículos são mais compridas.608▼
Figura 226 - ford fiesta (brasil, 2003)
Figura 227- ford fiesta ghia e fiesta coupé duas portas (espanha, 2003))
No caso da Mercedes-Benz, procura-se manter uma forte identidade corporativa nos automóveis, por meio de, por exemplo, do design da grade frontal, que se procura distinguir de outras marcas concorrentes, tais como BMW e Jaguar, dentre outras (ver Figura 228).
Figura 228 - automóveL mercedes-benz CL (alemanha, 2003)
De um modo geral, as corporações do setor automobilístico têm buscado caracterizar o design de seus veículos de acordo com uma segmentação de marcas. A Volkswagen, por exemplo, tem caracterizado o design de veículos de suas marcas Audi, Seat, Skoda e Volkswagen, a partir de conceitos diferenciados.
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608▲ Disponível em: <http://www2.uol.com.br/bestcars/testes/fiesta-novo-1.htm>. Acesso em: 09 dez. 2003.
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