O setor automobilístico do Brasil vem sendo dominado pelas corporações estrangeiras desde o início de sua história no país, a partir da inserção de grandes multinacionais. Estas tiveram seu acesso e sua atuação altamente facilitados por políticas econômicas adotadas pelo governo brasileiro, sobretudo a partir da década de 1950, quando a indústria automobilística passou a ser um dos carros-chefe da economia do país. Neste quadro, faltaram políticas de incentivo adequadas ao desenvolvimento de indústrias nacionais, e empresas como a FNM, a Gurgel e a Puma, dentre outras, não conseguiram se sustentar por longo tempo, restando, atualmente, apenas algumas delas, com atuação e porte relativamente restritos, a exemplo da Agrale e Troller, dentre outras (ver Quadro 65).
Evidenciam-se perversas implicações do processo de globalização no desenvolvimento da indústria nacional. O parque industrial brasileiro tem sofrido um intenso processo de reorganização e afunilamento das empresas nacionais, diante da incorporação de várias destas por grandes corporações multinacionais, que já vinham adentrando no Brasil, desde o início do século XX, e que no país se fortaleceram e se multiplicaram. Tal quadro é decorrente da defasagem tecnológica, fragilidade competitiva das indústrias nacionais e falta de uma política industrial mais adequada para a promoção do desenvolvimento e sustentação das mesmas, e do contexto de dependência econômica do Brasil, em relação a países centrais, dentre outros fatores. █
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