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»  Design Industrial e Diversidade Cultural
 
Os veículos japoneses têm apresentado composições formais mais suaves, embora, nos últimos anos, venham incorporando composições mais geométricas e robustas em algumas linhas de automóveis e comerciais leves (ver Figuras 238 e 240).
Figura 238 - automóvel honda accord ex coupé (japão, 2004)
Figura 240 - automóveis mini-hatchs nissan march e nissan cube (japão, 2004)
O mercado brasileiro demanda picapes “robustas”, inclusive na aparência, o que tem levado as empresas a aumentarem a altura do veículo e o dimensionamento de certos componentes, com o objetivo de acentuar a imagem de robustez.
    Existe a Frontier japonesa e a americana. Cada uma tem uma cara diferente. [...] No Brasil e nos Estados Unidos,] elas têm que ser e parecer robustas. Não adianta só ser e não parecer. Não que a Frontier japonesa seja menos robusta que a americana, porque basicamente o projeto é o mesmo, mas, visualmente, o consumidor tem que ver uma coluna grande, um pára-choque grandão, uma roda grandona brilhando. Então, ele diz: "Esse carro é bom!", "Esse carro agüenta!" Se ele vir um carro como é a Frontier original, com o pára-choque da mesma cor do carro, cuja roda é mais discreta e que não tem estribo de boi e tal, ele pensa: "Será que esse carro agüenta?" Na hora que se faz os raios-X do carro, ele é o mesmo, mas, visualmente, isso interfere muito. E é por isso que, por exemplo, quando se vê uma picape da Ford, ele sempre tem o capô alto e tal, que é para passar essa imagem de robustez. Coloca-se uma coluna grande, mesmo que não seja, necessariamente, mais resistente que a menor. Hoje, a indústria automotiva é capaz de fazer colunas cada vez menores, só que o consumidor não compra. Ele olha e fala: "Ih, será que isso aí vai agüentar?", porque é visual, e se compra pelo visual também. Então, isso influencia muito. (KRAEMER, 2002).
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Há uma série de acessórios opcionais, tais como, por exemplo, estribo lateral, protetor frontal, pára-choque de impulsão, “Santo Antonio”, grade de farol, etc., comercializados por indústrias paralelas de acessórios, que costumam ser instalados em picapes no Brasil, com o objetivo principal de aumentar a aparência de “robustez” das mesmas (ver Figura 246).
Figura 246 - picape ford ranger e detalhes, mostrando pára-choque de impulsão, “santo antonio” e lona marítima, acessórios da bepo (brasil, 2004)
O automóvel Fiat Marea, comercializado no Brasil, teve a sua parte traseira alterada, em relação ao modelo italiano, a partir do ano de 2001. Seu redesign foi desenvolvido pelo Setor de Estilo da Fiat Automóveis S.A. (ver Figura 250).
Figura 250 - FIAT ”MAREA” COMERCIALIZADO NA ITÁLIA E DETALHE DA TRASEIRA DE UM FIAT “MAREA” COMERCIALIZADO NO BRASIL (2003)
Verifica-se, de um modo geral, um processo de aceleração do ritmo de renovação de modelos de veículos. Tem contribuído para tal, além do processo de abertura comercial instaurado no Brasil na década de 1990, que acirrou a concorrência internacional e a entrada de produtos importados no país, a maior facilidade de acesso a informações sobre produtos, promovida pelas inovações tecnológicas na área de informática, a exemplo da Internet.
    Hoje, a necessidade de renovação, no Brasil, está cada vez mais rápida. O Brasil vivia uma fase de mercado fechado, com poucas montadoras, modelos até um pouco ultrapassados, e, então, os fabricantes não viam uma necessidade grande de alterar os veículos muitas vezes e de fazer novos modelos mais rapidamente. Dos anos 90 para cá, com a abertura de mercado e com os importados, o que aconteceu? Primeiro, chegaram os importados, e depois as fábricas chegaram aqui. E com a Internet e toda a comunicação, que hoje é muito mais rápida, as novidades chegam muito mais rápido. Então, o que é que acontece? Hoje, o consumidor brasileiro tem um leque muito maior para fazer comparações, em todos os aspectos. Então, não teria cabimento a gente ter um veículo ultrapassado. Acho que todos têm informações do que acontece com os carros lá fora. Antigamente, a gente ainda via uma revista um tempo depois, e hoje não. Hoje é no real time. O que está acontecendo no Salão de Genebra, a pessoa abre e vê na internet. E dali a duas semanas, o carro está rodando aqui na rua; é um lançamento que está aqui na rua. Então, é claro, o cliente acaba cobrando isso. Então, hoje, o tempo de renovação de um modelo é muito menor. Enquanto a gente tinha antigamente carros com 10 anos no mercado, sem grandes alterações, hoje isso é impensável. Hoje, a cada três, cinco anos, tem que se ter um modelo novo, temos que modernizar o nosso modelo. O Palio, por exemplo, foi lançado em 1996, e em 2000 ele foi alterado. Desenvolvemos uma frente nova; um carro praticamente novo. As coisas envelhecem muito mais rápido, e, então, a necessidade de se alterar rapidamente está cada vez maior. (NAKAMURA, 2001).
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