“O brasileiro não é tão tradicionalista na decoração, quanto o espanhol e o norte-americano. Ele aceita bem mudanças, assim como o italiano”, segundo Torresan (2001). No entanto, conforme observa Calejo (2001), as cores prediletas dos brasileiros costumam ser as neutras e frias para os móveis de escritórios, assim como ocorre no caso dos automóveis, enquanto que, em países europeus, como a Alemanha, por exemplo, utilizam-se muito mais produtos coloridos (Figuras 353 e 354).
|
|
| FIGURA 353 - DIVISÓRIAS E MÓVEIS PARA ESCRITÓRIO, DA ESCRIBA (BRASIL, 2003) |
|
|
| FIGURA 354 - ESTANTES COM RODÍZIOS PARA ESCRITÓRIO, DA ALUOFFICE (ALEMANHA, 2004) |
|
Os franceses também utilizam mais cores em móveis, comparativamente aos brasileiros, como se pode observar em móveis de cozinha (Figura 355).
|
|
| FIGURA 355 - MÓVEIS DE COZINHA DA SCHMIDT E OPÇÕES DE CORES DAS FACHADAS (FRANÇA, 2004) |
|
Mesmo em um mesmo país, com o Brasil, por exemplo, a diversidade cultural se manifesta em suas várias regiões, resultando em diferenças de requisitos simbólicos, a exemplo dos tipos de cores. “Tem situações bem típicas, como a de Minas Gerais, onde trabalham com o jacarandá e a sucupira. No Nordeste, eles já pedem cores mais claras. E, no Sul, pedem cores um pouco mais escuras, pelas características da região”, afirma Rodrigues (2001).
As cores no Norte são mais claras. Pelo sol, pelo calor, a pessoa quer um móvel mais clarinho. No Sul, conforme se vai descendo, começam a se modificar algumas cores. No Sul, por exemplo, é normal a cor tabaco, enquanto que no Norte é a cor cerejeira, marfim. Apesar de, no Sul, também se usar alguma cor clara, isto acontece mais em cozinha. Em dormitórios é um pouquinho mais escura (TORRESAN, 2001). [sem grifo no original]
Em termos de cores de móveis para escritórios, Calejo (2001) observa que, no Brasil, “o arquiteto tem uma tendência a usar muito mais cor no Nordeste do que no Sul”.
Os requisitos simbólicos dos produtos variam, também, de acordo com as classes sociais, confirmando a visão de Bourdieu (1974; 1979), acerca da correspondência entre os “estilos de vida” de classes e grupos sociais e a “percepção estética”, e sobre o caráter de “distinção social” que se estabelece a partir do valor simbólico dos bens de consumo.
Observam-se, por exemplo, preferências por determinados tipos de acabamento de móveis, de acordo com classes sociais distintas. As pessoas da classe C costumam preferir o tipo “brilhante”; as da classe B, o tipo “semi-brilho”; e as da classe A, o tipo “fosco”, relata Trevisan (2001) (Figuras 356 a 358).
“O móvel, quanto mais popular, mais brilho tem que ter, e quanto mais sofisticado, mais fosco”, observa Torresan (2001), que relata que há uma grande variação de acabamento, em termos de aparência, em função dos mercados, e que, na Carraro, trabalha-se “com móveis mais caros bem mais foscos”.
| |
|
| FIGURA 356 - DORMITÓRIOS DA LINHA VERONA DA RUDNICK, COM ACABAMENTO NAS CORES MOGNO E MARFIM BRILHANTES (BRASIL, 2000) |
|
|
| |
| FIGURA 357 - DORMITÓRIOS MASTER E DA LINHA VISION DA RUDNICK, COM ACABAMENTO NAS CORES TABACO E MARFIM ACETINADOS (BRASIL, 2000) |
|
|
|
|
|
| FIGURA 358 - DORMITÓRIOS PROJETADOS DA RUDNICK, COM ACABAMENTO NAS CORES TABACO E MARFIM FOSCOS (BRASIL, 2003) |
|
|